Na história do homem de modo geral e mesmo em tempos mais recentes, em praticamente todas as diferentes culturas do planeta as tradições exigiam que as jovens se casassem cedo e cedo se tornassem mães. Aquelas que por algum motivo não se enquadrassem nesse modus vivendi eram colocadas à margem e geralmente pagavam um alto preço por seu comportamento.
No entanto, nos dias de hoje, muitas mudanças aconteceram, principalmente na sociedade ocidental. No Brasil, as mudanças também chegaram. As mulheres alçaram novos patamares, desafiaram a “supremacia” masculina, colocaram-se em posição “de igual para igual” com os homens.
Porém, apesar de todas as mudanças, algumas coisas continuam iguais. Uma delas é: toda criança precisa e deve ser desejada, amada e devidamente preparada para a vida e para o mundo. Isso significa que não deve nascer de modo aleatório, por acaso, por causa de um descuido… antes do tempo.
O número de adolescentes grávidas aumenta a cada dia. O número de adolescentes que, por viverem uma gravidez não-desejada buscam o aborto, também aumenta a cada dia. O número de adolescentes que adquirem sérios problemas emocionais ou físicos por causa disso aumenta a cada dia.
A sociedade, os pais e a escola precisam aprender a lidar com esta realidade. Não adianta fazer de conta que o problema não existe, é preciso enfrentá-lo abertamente para evitar que mais e mais jovens se vejam levadas a engravidar antes do tempo. E que por isso se vejam levadas a fazer um aborto, muitas vezes correndo risco de vida desnecessariamente.
Por isso, penso que família e escola devem se dar as mãos e ser verdadeiramente parceiras. Há muitas e muitas escolas — religiosas, em sua maioria — que simplesmente não tocam no tema “aborto”, quase como se o mesmo não existisse. Essa postura escapista não resolve nada, fugir do problema não significa que o problema não exista.
Pensando em tudo isso escrevi o livro Se ele vier…, que conta a história de duas grandes amigas, Sam e Táti, que engravidam aos 17 anos de forma impensada. Uma delas é levada ao aborto, a outra decide ter o filho por exigência da família. No entanto, nenhuma das duas fica feliz com sua escolha… A que escolheu o aborto sente-se culpada a ponto de perder a paz de espírito pensando no que fez. A que escolheu ter o filho é obrigada a abdicar de vários projetos e vê sua realidade mudar completamente a cada minuto. Afinal, a responsabilidade de trazer uma criança ao mundo começa no momento da concepção e dura o resto da vida! Sam e Táti, cada uma a seu modo, conseguem resolver seus conflitos e reencontram o equilíbrio emocional, mas quase sempre não é assim que acontece.
A mensagem final do livro é: não se deve engravidar antes do tempo, o resultado nunca é positivo. Nos dias em que vivemos só engravida quem quer, ou quem não toma os devidos cuidados porque é muito fácil e muito simples evitar a gravidez — infinitamente mais fácil e mais simples do que em tempos antigos.
Espero sinceramente que este livro contribua de forma positiva para trazer reflexão e mudanças! Afinal, a vida é sempre sagrada.
SE ELE VIER…
Janaina Vieira
Editora: Saraiva
ISBN 85-02-03641-6
Ano de publicação: 2002
Edição: 3ª, 2007
96 páginas
Formato: 14x21cm
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